quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

REVALIDA: Estrangeiros se queixam da elaboração do Revalida

Prestes a completar 7 anos de existência, a prova do Revalida é um desafio por vezes intransponível para muitos médicos formados no exterior que querem atuar no Brasil.

A prova é realizada todos os anos e, em 2016, dos 6.187 participantes, somente 1.530 passaram nas duas etapas do processo seletivo, ou seja, 24,8%.


Segundo profissionais que já tiveram tentativas frustradas de passar no Revalida, não é o rigor no exame que atrapalha o início da carreira no País.

A médica peruana Carolina de Mountreil mora em Curitiba há 3 anos e desde então vem tentando obter a validação.

“As provas não são corrigidas por médicos e as questões de língua portuguesa, por exemplo, são muito abertas”, afirma.

A avaliação recebe duras críticas de profissionais como Edel Medina, formado em Cuba e que reside na grande Salvador há 4 anos.

Ele conta que não atingiu a nota mínima do Revalida, de 77 pontos, por causa de 3 décimos.

Segundo o médico, uma das questões objetivas deixou claro que existem falhas na elaboração do teste, já que não havia nenhuma resposta que correspondesse aos protocolos que orientam a profissão e que são estipulados pelo Ministério da Saúde.

“Eles violam as próprias orientações, como por exemplo em uma questão sobre câncer de pele. O Revalida precisa ser levado mais a sério”, dispara.

Os profissionais que não conseguem a validação do diploma tentam se unir para reverter a situação.

Um grupo chegou a entrar na Justiça e protocolou uma série de questionamentos à Procuradoria-geral da República no final do ano passado.

Mario Bauzá, médico argentino especialista em Medicina do Trabalho e Saúde Pública, diz que já tentou a prova duas vezes, mas sem sucesso.

Ele reside há 4 anos em Vitória e quer se aprofundar nos estudos. O problema é que uma pós-graduação só é possível com a validação do diploma no Brasil.

“Você não sabe os parâmetros utilizados, as perguntas são cheias de subjetividade e eles ignoram que Medicina não é uma matéria objetiva”, relata.

Ele completa apontando que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pelo edital, não indica a bibliografia específica para a prova.

Em nota, o Instituto esclarece que o processo de revalidação de diplomas médicos obtidos no exterior é compatível com as exigências de formação das universidades brasileiras.

Ressalta ainda que as provas são elaboradas seguindo os protocolos do Ministério da Saúde.

Procurada pela reportagem da BandNews FM, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde preferiu não se posicionar a respeito das críticas feitas ao Revalida.

FONTE: BANDNEWSFM

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